Hoje celebramos o dia da Alimentação e gostaríamos de partilhar convosco algumas dicas que contribuem para uma alimentação mais sustentável. Acreditamos que é um assunto muito relevante e merece ser discutido e partilhado.
Vivemos numa época de extremos, de desequilíbrios, existindo países que enfrentam graves problemas de fome e dificuldades de acesso a alimentos nutritivos em quantidades suficientes, enquanto que outros países combatem elevadas taxas de obesidade.
A população mundial continua a aumentar e consequentemente a procura por alimentos. Por outro lado, o desperdício alimentar é muito elevado, cerca de 1/3 dos alimentos produzidos não é consumido. As perdas alimentares e o desperdício alimentar são responsáveis pela emissão de 8% dos gases de efeito de estufa. A intensificação da produção alimentar, mais as alterações climáticas, estão a contribuir para uma rápida perda de biodiversidade.
É certo que todos nós podemos fazer pequenas alterações nos nossos hábitos alimentares (desde a escolha dos ingredientes e processo de compra até à confeção daquilo que comemos), que vão contribuir para a redução do desperdício alimentar e para uma alimentação mais sustentável.
O que é uma alimentação sustentável?
Segundo a FAO (2015), uma alimentação sustentável tem um baixo impacto ambiental e contribui para a segurança alimentar e nutricional da população, bem como para o seu estado de saúde, tanto no presente como no futuro. A alimentação sustentável protege e respeita a biodiversidade e o ecossistema e permite otimizar os recursos naturais e humanos. Acresce ainda o facto de ser nutricionalmente mais adequada, mais acessível e segura para população e economicamente mais justa.
Está disposto a contribuir para um mundo mais sustentável, a começar pelas suas escolhas a nível alimentar? Então, temos o DESAFIO ideal para si!
Consulte a nossa lista de práticas mais sustentáveis, verifique quais já cumpre e tente cumprir com novas práticas que ainda não façam parte do seu dia-a-dia. Não tem que ser demasiado exigente e cumprir com todas, mas comprometa-se pelo menos a cumprir com metade delas durante Outubro, mês em que se assinala o dia da Alimentação. Participe e faça a sua parte, contribuindo com escolhas mais sustentáveis.
Envolva a sua família. Descarregue e imprima a nossa lista e vá completando em família as práticas que for implementando. Boa sorte e não desistam, pelo nosso planeta.
Recomendações para uma alimentação mais saudável e sustentável:
- Privilegie os alimentos locais, tendo o cuidado de verificar a origem dos produtos antes da sua aquisição. Desta forma, promove a economia da região e contribui para a redução da pegada de carbono.
- Prefira os alimentos sazonais que são mais benéficos do ponto de vista nutricional e com menor impacto ambiental, além de apresentarem melhores características organoléticas.
- Opte pelo consumo de alimentos não processados ou minimamente processados (por exemplo produtos pasteurizados, moídos ou fermentados), restringindo as bebidas e produtos ultraprocessados (normalmente constituídos por vários ingredientes, aditivos e outros produtos adicionados como açúcares, óleos, sal…).
- Minimize a utilização de plásticos e derivados no embalamento de alimentos.
- Reaproveite as sobras de outras refeições.
- Reduza o desperdício na preparação e confeção dos alimentos (aproveitamento de cascas, talos, sementes…).
- Prefira as embalagens comercializadas no formato familiar e os produtos avulso/granel.
- Recicle ou reutilize as embalagens utilizadas (por exemplo para armazenar outros produtos alimentares ou não alimentares).
- Organize devidamente os produtos alimentares e faça uma lista de compras, de forma a adquirir os alimentos que serão efetivamente consumidos. O planeamento antecipado das refeições diárias permite uma gestão mais eficiente do dia alimentar, dos recursos utilizados e do orçamento familiar.
- Reutilize sacos de compras.
- Controle as validades dos alimentos, prevenindo que o produto expire e seja rejeitado.
- Conserve devidamente os alimentos (de acordo com as indicações da embalagem), incluindo após a sua abertura.
- Consuma primeiramente os alimentos mais perecíveis (que se deterioram mais rapidamente e com maior facilidade).
- Descongele a quantidade necessária de alimentos pois, uma vez descongelados, não poderão voltar a ser congelados. Faça a descongelação de forma segura, no frigorífico.
- Crie uma horta ou um canteiro aromático e faça compostagem dos resíduos orgânicos, utilizando-os como fertilizantes para a sua horta, jardim ou plantas.
- Opte pela água potável como bebida de eleição e utilize garrafas reutilizáveis para o seu transporte.
- Aumente o consumo de hortofrutícolas, leguminosas, frutos secos e cereais integrais.
- Sirva as porções de acordo com as recomendações da Roda dos Alimentos Mediterrânica (https://www.dgs.pt/em-destaque/roda-da-alimentacao-mediterranica.aspx) e conforme as necessidades energéticas de cada indivíduo (porções sensatas e adequadas).
Referências:
- Food loss and waste facts. Rome: Food and Agriculture Organization of the United Nations; 2015. Disponível em: http:// www.fao.org/3/a-i4807e.pdf
- FAO and WHO. 2019. Sustainable healthy diets – Guiding principles. Rome.Disponívelem: http://www.fao.org/3/ca6640en/ca6640en.pdf
- Associação Portuguesa de Nutrição. Alimentar o futuro: uma reflexão sobre sustentabilidade alimentar. E-book n.° 43. Porto: Associação Portuguesa de Nutrição; 2017.
- Associação Portuguesa de Nutrição. Alimentar com consciência: Estratégias a implementar pelo Consumidor para repensar, reduzir, reutilizar e reciclar na alimentação diária. Porto: Associação Portuguesa de Nutrição; 2017.
- World Wide Fund For Nature. The true impact of what we eat.Acedido em: 9 de outubro de 2020, disponível em: https://wwf.panda.org/our_work/our_focus/food_practice/sustainable_diets/ .
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